Práticas de Psicologia e Políticas do Aprisionamento:

Expressões da Colonialidade

Abstract

Este artigo propõe uma análise crítica e reflexiva sobre a atuação profissional em Psicologia no âmbito das políticas públicas, com destaque para os desafios e implicações éticas envolvidas no trabalho em contextos prisionais, especialmente junto a pessoas presas provisoriamente. Ao longo do texto, investiga-se a colonialidade que estrutura a formação histórica da sociedade brasileira, evidenciada na institucionalização do racismo como mecanismo de poder, exclusão e controle social. Tal lógica colonial perpetua a segregação territorial, a criminalização da pobreza e a violação sistemática de direitos básicos, promovendo a aniquilação física e subjetiva da população negra. Além disso, o artigo estabelece articulações entre os efeitos da colonialidade e a vivência das pessoas em situação de rua, revelando sua inserção estratégica e recorrente no sistema penal como forma de gestão da miséria. A abordagem crítica adotada no texto busca ainda identificar e valorizar forças de resistência capazes de tensionar, fissurar e transformar as estruturas coloniais que permanecem vigentes, apontando caminhos possíveis para uma atuação em Psicologia comprometida com os direitos humanos, a justiça social e a equidade racial.